O ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Carlos de Almeida Baptista Júnior, confirmou, em depoimento à Justiça, que o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, alertou o então presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a possibilidade de ser preso caso insistisse em levar adiante planos para se manter no poder após perder as eleições de 2022.

“Confirmo, sim senhor. Acompanhei anteontem a repercussão do depoimento de Freire Gomes. Estava chegando de viagem. Freire Gomes é uma pessoa polida, educada, não falou com agressividade, ele não faria isso. Mas é isso que ele falou. Com muita tranquilidade, calma, mas colocou exatamente isso: ‘Se fizer isso, vou ter que te prender’”, afirmou Baptista Júnior durante o depoimento prestado ao procurador-geral da República, Paulo Gonet.
O ex-comandante da FAB é uma das testemunhas ouvidas na ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Baptista Júnior reforçou, em sua fala, que a advertência feita por Freire Gomes foi feita de maneira firme, mas respeitosa. “Ele, com toda educação, disse ao presidente que poderia ser preso sim. Mantenho isso”, reiterou.
A declaração fortalece a linha de investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Polícia Federal, que apuram o envolvimento de militares e civis na elaboração de uma possível tentativa de ruptura democrática, após Bolsonaro não aceitar o resultado das urnas em 2022.