Menos da metade das bolsas do Prouni foi preenchida entre 2013 e 2024

Apesar de mais de 4,8 milhões de vagas ofertadas, apenas 48,9% foram ocupadas; especialistas apontam falhas na captação de estudantes

Menos da metade das bolsas oferecidas pelo Programa Universidade Para Todos (Prouni) foi ocupada entre os anos de 2013 e 2024. Dos mais de 4,8 milhões de benefícios ofertados pelo governo federal ao longo desses 12 anos, apenas 48,9% foram preenchidos, o que representa cerca de 2,5 milhões de oportunidades perdidas para o ingresso no ensino superior com apoio financeiro.

Foto: reprodução

Nos primeiros anos do programa, os índices de preenchimento eram expressivos, com ocupações que ultraavam os 90% em diversas edições e, em 2016, chegaram a registrar uma adesão de 102%. No entanto, esse cenário mudou drasticamente nos últimos anos. Desde 2022, o número de vagas ociosas supera o de bolsas efetivamente utilizadas. Um exemplo disso é o segundo semestre de 2023, quando apenas 23% das 215.096 bolsas foram preenchidas — menos de 50 mil.

Embora o percentual de ocupação tenha diminuído, é importante considerar que a oferta de vagas aumentou consideravelmente. Em comparação, o número de bolsas no segundo semestre de 2016 foi de 53.430, enquanto no mesmo período de 2023, a quantidade quadruplicou.

Criado em 2004, o Prouni concede bolsas de estudo integrais (100%) e parciais (50%) em instituições privadas de ensino superior, com isenção fiscal como contrapartida para as faculdades. No entanto, o programa tem enfrentado dificuldades para atrair o público-alvo. Para Henrique Silveira, sócio da área de Educação do escritório Mattos Filho, o problema está na comunicação com os possíveis candidatos. “Sabemos que milhares de pessoas com perfil para o programa, mas é preciso trazê-las para ele”, afirmou em entrevista ao g1.

Em 2024, os critérios para concorrer a uma bolsa incluíam ter realizado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2022 ou 2023, atingir média mínima de 450 pontos nas provas e não zerar a redação. Além disso, o estudante deveria atender a requisitos socioeconômicos e educacionais, como ter cursado o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral em escola privada, ou ser pessoa com deficiência ou professor da rede pública em formação.

A queda na ocupação das bolsas levanta um alerta sobre a necessidade de aprimorar a divulgação e o o ao programa, para garantir que ele cumpra seu objetivo de democratizar o ensino superior no Brasil.



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