A Polícia Federal deu início nesta segunda-feira (23), à segunda etapa da Operação Overclean, que investiga desvio de recursos provenientes de emendas parlamentares e fraudes em licitações praticadas por um grupo de empresários baianos.

Nesta fase, foram emitidos quatro mandados de prisão preventiva. Entre os alvos estão Vidigal Cafezeiro, vice-prefeito de Lauro de Freitas (Republicanos), e Lucas Dias, secretário de Mobilidade Urbana de Vitória da Conquista. A investigação revelou indícios de que ambos teriam recebido propina do grupo empresarial envolvido.
Além disso, um ex-prefeito que atuava como lobista e um policial federal de Salvador também foram alvos de mandados de prisão. Todos são suspeitos de participação em uma organização criminosa que teria sido formada para fraudar processos licitatórios e desviar recursos públicos.
“Rei do Lixo” lidera esquema
Segundo a investigação, a organização criminosa seria comandada pelos empresários Marcos Moura, conhecido como o “Rei do Lixo”, e Alex Parente.
Após a primeira fase da operação, realizada no dia 10 de dezembro, a PF encontrou provas de que o grupo pagava despesas de políticos, como boletos de aluguel de um veículo usado pelo vice-prefeito de Lauro de Freitas, cujo nome também foi identificado em planilhas de controle de propina.
Já no caso de Lucas Dias, secretário de Mobilidade de Vitória da Conquista, foram identificados depósitos fracionados em sua conta bancária, realizados por um membro da organização criminosa que possuía contrato com a prefeitura.
A operação
Na primeira etapa da Operação Overclean, a PF executou 17 mandados de prisão preventiva, mas os suspeitos foram liberados na última sexta-feira (20), por decisão da desembargadora Daniele Maranhão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Em nota, a prefeitura de Vitória da Conquista declarou estar à disposição das autoridades para colaborar com as investigações e ressaltou que tem adotado medidas para aprimorar os processos de compras públicas. O município afirmou seguir os princípios constitucionais da istração pública, como legalidade, moralidade e eficiência, em suas contratações.
As defesas dos investigados ainda não se manifestaram.