O deputado estadual Leandro de Jesus (PL) foi acusado de invadir a Unidade de Hemodiálise de Cruz das Almas acompanhado de seis homens armados durante uma fiscalização. A denúncia foi feita pelo presidente do Instituto Renal Bahia, José Vasconcelos, em um vídeo divulgado ao lado da equipe da clínica. Segundo ele, no momento da ação do parlamentar, havia pacientes em tratamento no local. O deputado nega as acusações.

No vídeo, o diretor da clínica afirmou que, apesar de a equipe ter solicitado que não fossem feitas filmagens, devido ao caráter sensível do ambiente de saúde, o parlamentar insistiu em entrar e interagir com todos, justificando que estava exercendo seu papel político.
“Nós estamos aqui dentro da clínica com pessoas em pânico, acreditando que a unidade vai fechar, desfazendo um trabalho”, declarou Vasconcelos.
A coordenadora de enfermagem da unidade, Célia Lúcia, disse ter se sentido coagida durante a visita, destacando que a presença de homens armados e a abordagem do grupo foram invasivas.
“Eu nunca havia me sentido assim antes. Sempre recebi bem todas as pessoas que visitam a clínica, mas essa situação foi diferente”, relatou.
Durante a fiscalização, o deputado alegou ter constatado denúncias de falta de insumos e atraso no pagamento de funcionários.
Defesa do deputado
Em nota enviada ao Blog do Valente, a assessoria de Leandro de Jesus esclareceu que a fiscalização na unidade ocorreu após denúncias de funcionários sobre atrasos salariais e problemas estruturais. A equipe do parlamentar afirmou que ele se identificou como representante da Assembleia Legislativa e que a inspeção foi realizada com o apoio da equipe da clínica, que autorizou a gravação de imagens do ambiente e dos pacientes.
Sobre as acusações de coação e a presença de homens armados, Leandro de Jesus negou todas as alegações. Ele também afirmou que José Vasconcelos não tentou impedir a fiscalização e foi ao gabinete para impedir novas fiscalizações.
Posicionamento da Sesab
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que já realizou inspeções técnicas na unidade e constatou que a gestão da clínica não garante segurança e previsibilidade ao tratamento dos pacientes. Entre os problemas identificados, segundo a pasta, estão a falta de insumos para terapias renais substitutivas, irregularidades trabalhistas e descumprimento de exigências sanitárias e regulatórias.