“Teve marcas de arrasto em seu corpo”, diz Dr. Alonso Guimarães, advogado criminal da família de Paloma Ventura

Cícero Leandro Silva Barreto é acusado de tentar matar Paloma de Souza Ventura em 2014; defesa alega tentativa de suicídio, mas evidências apontam agressão

Após mais de uma década de luta pela justiça, a família de Paloma de Souza Ventura, de 41 anos, viu um avanço significativo no caso que envolveu o empresário Cícero Leandro Silva Barreto. Acusado de tentar matar Paloma ao empurrá-la de um carro em movimento na cidade de Amargosa, em maio de 2014, Cícero enfrentará júri popular, conforme decisão da justiça baiana.

Paloma ficou tetraplégica após ser jogada e arrasta de carro em movimento em 2014- Imagem: reprodução

De acordo com o advogado criminal da família da vítima, Dr. Alonso Guimarães, a decisão representa “mais uma vitória neste processo”, fruto da análise minuciosa das provas apresentadas.

“A justiça baiana, através da Comarca de Amargosa, analisando todo o processo, ficou de forma equilibrada para decidir pela pronúncia de Cícero. A justiça entendeu que com o estudo analítico de todo o processo, compreendeu a necessidade, e é justificada pelas provas, de que o mesmo, Cícero, seja julgado pelo tribunal do júri”, explicou o advogado, referindo-se à decisão de pronúncia que leva o acusado ao julgamento popular.

Segundo Guimarães, a defesa de Cícero alega que a vítima, Paloma, teria tentado suicídio, porém juntamente com sua equipe, eles juntaram provas que refutassem tais alegações.

“Nós nos preocupamos em colocar todos os profissionais especialistas para funcionarem nesse processo buscando todo o arcabouço teórico para a construção dessas provas e também tivemos auxílio de um perito técnico, e a perita Deise, de São Paulo. Foi feito um teste para testar a cognição de Paloma, e o laudo foi favorável”, garantiu.

“A gente vem combatendo a tese da defesa, que diz que Paloma tentou se matar”, completou.

Além disso, as marcas de arrasto no corpo de Paloma e um hematoma na região orbital reforçam a versão de tentativa de feminicídio.

“A Paloma teve em seu corpo, marcas de arrasto. O que quer dizer isso? Que a vítima se segurou no carro para não cair, para não morrer. O asfalto dilacerou as pernas da vítima, antes dela cair. Além disso, ela tinha um ferimento na região orbital esquerda, um hematoma no olho esquerdo, que os laudos identificaram que foi produzido por “um objeto contundente”, que pode ser um soco, uma paulada, ou algo que foi atirado ao rosto dela e essa marca é extremamente importante, porque ela não se confunde com outro tipo de lesão, que na medicina legal a gente entende como “olho de guaxinim”, então isso favoreceu que, a assistência de acusação, trabalhasse no sentido de todas as provas serem importantes e extraídas ao máximo”, afirmou.

Com o julgamento se aproximando, a expectativa da família de Paloma e de seus representantes legais é de que finalmente a justiça seja feita, após anos de espera e de batalhas judiciais.



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