Brasileiros trabalham 149 dias do ano só para pagar impostos, aponta estudo

Levantamento do IBPT mostra que carga tributária no Brasil compromete 40,82% da renda média da população.

O trabalhador brasileiro precisou de 149 dias em 2025 apenas para quitar impostos cobrados sobre consumo, renda e patrimônio. O dado é do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e considera o período de 1º de janeiro até a última quinta-feira (29). A pesquisa revela que o Brasil segue entre os países com maior carga tributária, mas com o menor retorno à população em serviços públicos.

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Imagem: reprodução

De acordo com o levantamento, os tributos consumiram 40,82% da renda média dos brasileiros neste ano. O índice representa um crescimento em relação a 2023, quando a carga era de 37%, e se aproxima dos picos históricos registrados entre 2016 e 2019. O cálculo considera todos os tributos pagos por uma pessoa com renda média mensal, incluindo encargos sobre salário, propriedade e produtos de consumo.

“Através de um cálculo feito do nosso banco de dados que levantamos a tributação sobre o rendimento médio do brasileiro, incluindo renda, patrimônio e consumo, e chegamos ao percentual de 40,82%”, afirmou o IBPT.

O impacto é percebido no dia a dia. A costureira Anazira Santos exemplifica o desconhecimento de muitos consumidores:
— Paguei R$59.
— E de imposto?
— Imposto? (risos) Não sei…

O psicanalista Matheus, entrevistado pelo Jornal Nacional, critica o retorno dos impostos pagos.

“Para mim, a questão não é cobrar imposto, mas como isso chega, na ponta, como que isso retorna. Por exemplo, eu tenho plano de saúde, eu pago imposto que, a priori, deveria me dar uma condição de saúde, eu não precisaria ter um plano de saúde. Mas, para viabilizar uma situação de saúde de forma mais funcional, eu preciso pagar um plano, então eu pago duas vezes.”

A reforma tributária aprovada no Congresso pretende simplificar o sistema de arrecadação e tornar mais transparente o valor do imposto embutido em cada produto ou serviço. A implementação do novo modelo está prevista para começar em 2027, mas ainda depende da regulamentação por meio de leis complementares.

O IBPT ressalta, no entanto, que a mudança na estrutura de cobrança não garante, por si só, a melhora no retorno à sociedade. Segundo o estudo, entre os 30 países com maior carga tributária do mundo, o Brasil continua sendo o que menos converte impostos pagos em benefícios efetivos para a população.



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