Fernando Collor de Mello, de 75 anos, é o segundo presidente da história do Brasil a ser preso após condenação na esfera penal. Ele foi detido em Maceió por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Antes dele, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia sido condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro, em 2018, e teve a prisão decretada pelo então juiz Sergio Moro. Lula cumpriu pena por 580 dias até que, em 2021, o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações, restabelecendo seus direitos políticos.

Fernando Collor foi condenado pelo STF em maio de 2023 a oito anos e dez meses de prisão por corrupção iva e lavagem de dinheiro. A denúncia foi apresentada em 2015 pela Procuradoria-Geral da República, no âmbito da Operação Lava Jato. Ele foi acusado de receber R$ 20 milhões em propina entre 2010 e 2014, quando era senador, em troca de favorecimentos na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.
Segundo o Política Livre, presidentes brasileiros só foram presos anteriormente por motivos políticos, especialmente em contextos de golpes ou repressões institucionais. Michel Temer, presidente entre 2016 e 2018, também foi preso em 2019, mas de forma preventiva e por apenas dez dias. Ele obteve habeas corpus e não chegou a ser condenado.
Em 1922, o marechal Hermes da Fonseca foi preso por ordem do então presidente Epitácio Pessoa, após se posicionar contra a repressão a grupos militares. Também foram presos ou sofreram detenções políticas Washington Luís, Artur Bernardes, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e Café Filho — sempre em contextos autoritários ou de instabilidade institucional.
Jair Bolsonaro itiu em 1987 ter cometido atos de indisciplina e deslealdade para com os seus superiores no Exército. Bolsonaro, então capitão do Exército, reclamou que “o salário está baixo” e foi punido com 15 dias de prisão.
Lula havia sido preso anteriormente, em 1980, quando liderava movimentos sindicais. Na ocasião, o Brasil vivia sob a ditadura militar e não havia garantias democráticas como o devido processo legal.